terça-feira, 13 de abril de 2010

Conotação

Um bom assunto que se discute em todos os momentos é aquela coisa: você viu como o fulano mudou? Tá mais gordo, mais legal.. sei lá, tá mais bonito. Você viu o cabelo dele? Que massa! 

    Essas frases são apenas cotidianas de uma normalidade que todos estamos acostumados a passar. Nós temos certos pensamentos que acabam conotando outra pessoa mesmo sem ter falado com ela. Especificamente, isso acontece bem mais por instinto natural do homem do que por vontade própria.É inacreditável como "conseguimos" identificar uma pessoa como boa ou má, como legal ou chata a partir da roupa que ela usa, pela maneira que ela anda. Complicado isso hein? E ainda mais, nos perdemos em um julgamento precoce que, em 90% dos casos não satisfazem a verdadeira realidade obsoleta e recíproca existente até então.

    O homem tem a percepção de tentar identificar algo ou alguma coisa pela aparência dela. Isso não só acontece em um meio social, mas acontece também em meio material. Uma coisa que é mais bonita por fora, parece ser melhor, o que em vários momentos não acontece. Como explicar quando compramos, por exemplo, aquele celular de 1000 reais, lindo.. mas depois de um tempo, acabamos simplesmente enjoando de suas características e já queremos outro? Isso só se explica devidamente a satisfação que não acontece de forma completa. Nunca estamos contentes com o que temos .. e isso de certo modo, diga-se de passagem que é bom. Bom e ruim. 

    Bom porque, notavalmente, não estar contente com o que temos é o principal fator que não limita mais os esforços precisos pra conseguir algo. É como mais ou menos se tivéssemos em mente, sei lá, um tênis melhor. Enquanto não tivermos aquele determinado tênis, daquele jeito que escolhemos, não vamos sossegar. Acabamos por encontrar uma fórmula inexplicavelmente inexplicável lá no fim do tunel e temos o nosso tênis. Ou seja, não caimos no conformismo e nos encontramos em um lugar que é possível ver uma devida melhoria, e isso é bom, mas com controle. Já sabemos que tudo que é em excesso contradiz a regra, por fim, chegamos aí. 

   Ruim, pelo fato de não saber dar valor ao que se tem. Um dos maiores motivos pelo qual muitas pessoas perdem tudo o que tem. Parece que nada faz sentido, nada tem porque e querer mais vira um vicio. Em determinada proporção, é como uma doença que cativa até mesmo recursos que a pessoa não tem.


    Uma certa insatisfação só acontece porque estamos, ou melhor, fomos ENSINADOS a sempre procurar o melhor, nem que pra isso fosse necessário julgar alguém pela aparência, pela forma que se veste/ anda ou fala. Hoje, cerca de 70% das pessoas se perdem em beleza exterior. Procuram mil e uma formas de ficar "bonito", mas esquecem da mente. A melhora exterior deve, prioritariamente, acompanhar a interior e aí sim, a gente é surpreendido novamente. Tudo isso não passa apenas de conotação, conotação criada por nós mesmos a fim de que, quem sabe, deixar uma pessoa mais convincente aos nossos paramêtros  dificilmente entendidos.

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