quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

E o que você faria?

No ano passado, em meados de fim de ano, postei textos relacionados ao Natal e ao Ano Novo que, de forma muito clichê, marcaram e muito. Cada data tem seu significado especial, contudo, cada coisa tem um sentido diferente de acordo com a pessoa que vivencia cada momento e cada ação. Todo 25º dia de dezembro de cada ano marca por uniões familiares, trocas de presentes, dia 31 deixa positividade e reflexões para um ano novo. Mas, já parou pra pensar em como seria sua vida se você fosse um outro alguém? Como seria seu Natal, se você tivesse que passar sem familia, deitado embaixo de uma ponte, esperando um pedaço de pão? Como seria sua vida, afinal, se você não fosse você?

A cada ano nossas expectativas de vida e nossos planos vão mudando. Desejamos tanto para nós e para outras pessoas que conhecemos e nos esquecemos de fazer o bem a quem merece. Trocamos presentes entre os nossos familiares e não temos a capacidade humana de dar um pouco de carinho a alguém que não tem nada, que não tem uma cama pra dormir, um prato de arroz pra comer. Como falar de amor, se nem a quem pertence a mesma espécie, o mesmo mundo, não podemos simplesmente, ajudar? Bem, pode ser dificil, mas um dia algum de nós pode estar nessa situação. E aí? Pois é, e ai?

E ai, o que fazer quando no Natal, todo mundo trocando presentes e, por exemplo, você tendo que conviver com a morte de um filho? Em um país que politicos ganham mais do que é o certo, em que futebol é mais importante do que a construção de hospitais, manutenção da educação e distribuição de renda, o que pouco pode se esperar é pelo menos o povo ajudando o povo. É a pessoa saber se entregar ao outro, de forma que ajude e faça o bem.

Se, mais além, você fosse Deus por um dia, que tipo de ação cometeria? Acabaria com o mundo em questão de segundos? Faria aquela determinada pessoa se apaixonar por você ou seria capaz de prever os numeros da loteria pra viver imensamente rico enquanto humano? Será que, em algum momento, você pensaria no outro? Pensaria em saber dividir, em mostrar que seria "bom" como deus?

Pois é.

Ultimamente, tenho visto e vivenciado muita coisa incomum nessas datas festivas. Confesso que não é só no Natal. Como alguém pode desejar algo a outra pessoa se nem ela mesma consegue segurar isso pra si? Falar de amor é fácil, o problema é ter que viver com os espinhos de uma rosa. Eu não consigo entender como alguém que não ama consegue falar de amor, não consigo entender como alguém que não tem o bem no coração consegue falar de fazer o bem pra outras pessoas. Desde quando nascemos, não há a distinção das pessoas por algum tipo de riqueza, algum tipo de etnia, de pensamento e até mesmo por cor. Nós acabamos criando isso. Nós, homens e mulheres. Criamos um preconceito que julgamos TODOS os dias, mas sem querer fazemos, julgamos sem pensar. E ATÉ QUANDO? Até quando precisamos ver gente morrendo de fome, de frio porque não tem o olhar de uma sociedade que prega que acredita em Deus, mas nao tem a capacidade de cuidar de um filho dele! Até quando vamos deixar de lado nossos valores pra se importar com a sociedade? Até quando deixaremos de ser nós mesmos para agradar outros?

E afinal, o que voce faria se fosse diferente? O que você faria se não tivesse nada?
O que mudaria se fosse Deus?


Mudanças sempre são necessárias, mas pra isso é preciso mudar uma coisa de cada vez. Não se muda o mundo pensando grande, a mudança tem que partir de nós mesmos. Uma etapa por vez, e assim, quem sabe, os resultados apareçam.

14 comentários:

  1. A grande essência do mandamento que diz que devemos amar ao próximo como a nós mesmos está escancarada aí em seu texto. Realmente é fácil aderir a datas festivas, comemorar em família e entre amigos quando estamos rodeados por eles. Difícil, muito difícil é saber encarar a dor dia após dia e não ter forças para mudar tal situação. Precisamos mais do que nunca de humildade de coração, de sinceridade, de fraternidade. Precisamos plantar sentimentos em prol dos outros, em prol de um mundo mais justo e igualitário. Só assim conseguiremos fazer um pouquinho daquilo que Deus nos ensina, amar!
    Continua impecável!
    Que o ano que está para vir possa trazer a você e a todos nós o real sentido da vida!
    Grande beijo com carinho,
    Wanda.

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  2. Olá Pedro! Em primeiro lugar quero agradecer suas generosas palavras e sua fiel presença lá no meu espaço. Sinto-me enorme lisonjeada. O prazer desta saudável troca de ideias em comentários é meu!

    Então, Pedro, não é a primeira vez que entro aqui e ao ler um texto seu fico assim, boba, sem saber preciso o que comentar, ou como comentar. É como se o texto por si estivesse acima de qualquer possível comentário o qual eu pudesse fazer.
    Pertinente o que você escreveu aqui sobre o amor fraternal. Realmente seria possível para alguém que não ama ser capaz de falar de amor?
    Absolutamente linda é muito sabia esta frase "Falar de amor é fácil, o problema é ter que viver com os espinhos de uma rosa". Se você me permitir qualquer dia desses, gostaria de usar esta frase ilustrando uma página de selinhos (que pretendo criar) dos meus seguidores.

    Pedro, deixo aqui meus votos de um inspirado e em especial Feliz Ano Novo.
    Lembranças
    Ange.

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  3. É, Pedro, em 2012 as pessoas precisam de almas novas. Eu preciso. Costumo me descrever como uma pessoa intensa em relação a sentimentos e às pessoas. Gostaria que isso fizesse mais parte das pessoas em 2012 também. Esse dar valor.

    E vou te confessar uma coisa. Confessar mesmo. Aliás, duas. A primeira é que fiquei parecendo uma boba lendo teu comentário, achei muito lindo. Li, reli, li mais uma vez. Haha. A outra coisa é: no último comentário que deixei aqui, falei que tinha se tornado um lugar especial pra mim. Preferi não comentar que gostaria muito de ter um grande contato contigo e até mesmo estar por perto. Eu juro pra você como senti uma vontade enorme de te dizer isso. E não to dizendo agora só porquê você falou isso no seu comentário. Esse teu comentário no meu blog, dizendo exatamente o que eu queria te dizer, me encorajou a vir aqui e te dizer o mesmo.
    Não disse antes porque fiquei temerosa, pensando que você podia achar uma bobagem, ou sei lá! Alguma coisa assim. Mas era isso que eu queria dizer. Então, é isso, eu também queria muito morar por perto. E digo mais, as melhores pessoas que conheci na minha vida, moram distantes de mim. A minha melhor amiga e outras grandes amigas moram em estados diferentes. Infelizmente. Aprendi a dar um valor imenso a essas pessoas e acredito que essa distância tão enorme não pode vencer o que é verdadeiro.

    Se cuide também, viu?
    Beijo enorme!

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  4. E sobre seu texto: sim, eu já pensei em como seria minha vida se eu fosse um outro alguém. Nesse último natal, eu olhava pra minha família aqui, as pessoas que vieram, e agradecia silenciosamente a Deus por ainda ter isso.
    E nossa. Terminei de ler o texto todo e estou meio sem palavras.
    Eu penso muito nisso, eu fico triste quando vejo uma pessoa dormindo na rua enquanto eu volto pra casa de taxi. E eu queria muito ser uma pessoa melhor, através de ações. É isso que falta no mundo. Menos palavras e mais ação. Eu espero que um dia eu consiga ajudar o mundo de alguma forma, de verdade.

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  5. Gostei do seu texto. Me fez refletir e lembrar que é muito comum ouvirmos que no Natal as pessoas ficam genorosas, que é época de fazer o bem, de ajudar os outros, de pessoas se reunirem para fazerem doações, mas e o resto do ano? Como ficam essas pessoas? Me indigno com isso também, parece que muitos só lembram de praticarem o bem no Natal e nos outros 364 dias? "Bom, eu ajudei alguém no Natal, fiz a minha parte". Acho que não é bem por aí. Não consigo aceitar que um jogador possa ganhar 5, 10, 15 milhões, enquanto um professor mal ganha o piso, sim estou falando do piso o mínimo que deveria ser ganho, e mais, quando os professores decidem protestar em nome dos seus direitos, pois nem o mínimo querem pagar, a mídia se manifesta de tal forma que coloca os professores como monstros, pois deixam os alunos em véspera de vestibular sem aulas. Nesse país predomina a inversão de valores e, realmente, é muito difícil conviver com isso. Tentei a carreira docente, mas o descaso com a profissão me afastou dela e afasta muitos que conheço. Esse país ainda tem muito o que amadurecer, mesmo saindo da área educacional, profissão nobre na minha opinião, quero contribuir para uma sociedade mais justa e acessível, sei que há uma longa caminhada para isso, mas não vou deixar de colaborar para um futuro melhor.

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  6. Pedro, bom dia.
    Li atentamente o que escreveu e confesso que compartilho de seus ideais.
    Penso que essas datas têm um propósito de pararmos e refletirmos.
    É como se um carro numa autopista corresse sem parar e em um dado momento fosse preciso desacelerar para avaliar há quanto tempo o mesmo não parava.
    Sei que a comparação é tosca, mas penso que a correria do dia a dia, o consumismo, a preocupação com o real, o dólar, o euro, faz muita gente da alta sociedade parecer fria e indiferentes com os menos favorecidos.
    Outros, no entanto, estão se engalfinhando em Brasília por uma sigla partidária e de como levará vantagens;
    Por outro lado nas camadas menos abastadas, a preocupação talvez seja com o "Fiélzão", o Palmeiras, ou seu time do coração.
    Outros estão no tráfico de drogas e se matando por elas.
    Outros estão ansiosos por um pedaço de terra num terreno da prefeitura...
    Outros estão com seus entes queridos num leito hospitalar, precisando urgentemente de uma transfusão de sangue ou duma medula óssea;
    MAS MEU QUERIDO AMIGO, CREIO QUE ALMAS GENEROSAS, BENDITAS E ABENÇOADAS COMO VOCÊ, ESTÃO DE VERDADE IRMANADAS COM A DOR ALHEIA!
    Conheço almas assim, e sei que você também conhece.
    Mas a maior dádiva e o maior presente são quando estendemos a mão no sentido de perdoar um desafeto que vem até nós e com sinceridade se retrata.
    O maior presente é ter ao lado pessoas que feito anjos, e de um coração amoroso e desinteressado.
    Sim, Pedro, falta muito ainda para que tenhamos um mundo segundo os preceitos de Cristo, Buda, Ghandi, ou Dr. Martin Luther King!
    Uma das minhas maiores experiências foi quando estive ao lado de pessoas desprovidas de tudo. De higiene, de dinheiro, de bens materiais, de comida, e de AMOR!
    E ali aprendi muito o real significado da palavra AMAR. Pois como você fala, dizer que ama, é muito fácil. Mas vá conviver com a escória da sociedade; tente se aproximar deles e esteja preparado para embrulhar seu estômago, ou para chorar...
    Mas cada qual tem sua maneira de amar, e amar necessariamente não é afagar um estranho de quem você sentiu asco; amar não precisa ser realizado com palavras bonitas e de aparente atitude; amar é acima de tudo ouvir, ajudar com o que você tem de melhor, é SER DURO QUANDO PRECISAR, mas duro no sentido de disciplinar para que desta disciplina, alguém venha sentir que VOCÊ QUER AJUDAR! Amar é levantar a estima dum amigo, dum desamparado.
    Enfim, quero aplaudir esta alma nobre e rica que é a tua.
    Foram palavras assim, que me fizeram enxergar o quanto eu estava equivocado em alguns conceitos e que hoje graças a Deus, me libertei.
    Portanto, meu muito obrigado. Um forte abraço e muitas felicidades para ti e os teus no ano de 2012.

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  7. Pedro, postei o comentário acima como Lírio das Almas, para que se puder (e esteja convidado), a conhecer este espaço dedicado a homenagear um amor, um ente querido que partiu, dentro dum sentimento.
    Reitero os meus mais sinceros votos de um Feliz Ano Novo para ti e os teus.
    Um abraço.

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  8. No natal muita gente parece acreditar em coisas que de fato não acredita. Todos celebram o nascimento de um Jesus que por vezes nem conhecem.. Para haver mudança, precisamos reconhecer que ela se faz necessária. Belo post. :D

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  9. De primeira, lembrei de uma vez em que eu conversava com um amigo meu e ele disse que não acreditava em Deus, mas disse que o tio dele uma vez o falou que mais valia uma mão que ajuda do que duas que só rezam, e eu acho que é exatamente isso, acredito em Deus, mas creio que o meu é diferente, não é tão seletivo, nem severo ou rude, e sinto pena dessas pessoas que pregam a fé loucamente, mas não se põem no lugar do próximo, não ajudam os que necessitam, como Deus, acredito eu, o faria.
    Engraçado é que tenho essa mania de ficar me imaginando na vida alheia, se fui rica na minha outra vida, ou se pobre, sem um centavo em mãos, e sabe, hoje em dia, passamos diariamente por pessoas jogadas na rua, e simplesmente as ignoramos, como se fizessem parte da decoração da nossa rua, do nosso país. A miséria está estampada na nossa frente, diariamente e poucos fazem pequenas atitudes que, de certa forma, mudam a vida dessas que precisam. Acho que em Natal essa solidariedade se intensifica, mas entre famílias, é bem mais comum, seria bom se essa solidariedade se expandisse de uma forma que atingisse todas essas pessoas que realmente são carentes, como um abraço gigantesco e acolhedor.
    Mano, Pedro, eu realmente AMO o que tu escreves, sério, eu sempre saio "renovada" daqui, pensando em mil coisas, é muito muito bom, não sei o que dizer, só te dar um parabéns enorme e que tu continues sempre assim, e ah, feliz ano novo! =3

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  10. Pedro querido, você escreve com a alma.
    Isso é presente divino.

    Voar por cima de mares, lugares,na fonte casta das águas.
    Anunciação...
    Entre o suave e o belo,união perfeita...
    Para agradecer teu carinho neste ano que finda, e desejar saúde paz e amor, no novo ano que chega.
    Obrigada Pedro, por fazeres parte do meu caminho.

    FELIZ ANO NOVO!

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  11. Suas palavras ainda permanecem intactas, maduras, e com pensamentos carregados de grandezas. Assim, que eu andava sem tempo, eu andava com saudade de vir aqui também. Hoje, mas que te elogiar pelas belas palavras, vim te desejar um 2012 cheio de paz e realizações. Foi bom ter te conhecido, embora longe, me sinto próxima.

    Ah, domingo tem post de ano novo lá no blog, tá? Um abraço gigante, Ana.

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  12. Boa Noite Pedro..
    Queria muito te dar os parabéns pelos textos, são lindos e me fazem refletir. Mas esse em particular me fez pensar muito, e até crescer em alguns sentidos. Muito obrigada!
    De qualquer forma, continue escrevendo e tudo de bom pra você!

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  13. Pedro, nem sei o que dizer.
    Pela primeira vez me sinto vazia de palavras para comentar num post seu, porque a única coisa que tem em excesso aqui em mim agora são lágrimas... E essas descem feroz e ardem por dentro de forma desesperada.

    Agora pesa em mim a parcela de culpa por esse mundo cruel, injusto e desumano. Pergunto-me o porque de tudo isso, as pessoas só sofrem as feridas abertas na própria pele e só estancam o sangue que jorram de si mesmas, mas nas esquinas, nos cantos sujos da cidade tem muito sangue escorrendo e pisamos nele como se fosse um tapete vermelho enfeitando nosso caminho. Isso não devia acontecer Pedro... É triste, e é mais triste ainda porque me sinto incapaz e, talvez seja esse sentimento que me impeça de fazer algo.

    Entre lágrimas te digo: Você tem razão em cada vírgula dessa crônica!

    Um beijo meu amigo, e obrigada pelas leituras que você me proporciona que se impregnam na minha alma e me torna uma pessoa cada vez melhor comigo mesma e com os outros!

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  14. Sabe Pedro um dia assisti um filme bem interessante , que relata mais u menos o que você posto nessa postagem, o que aprendi com o filme temos que fazer tudo pensando o que Jesus faria, esse é o nome do filme O que Jesus faria .. Sabe eu acho que se as pessoas tivessem esse pensamento já ajudaria e muito.
    Fiquei muito feliz ao ler suas postagens admiro muito as pessoas que tem esse pensamento como o seu, sabe que se preocupam com as outras pessoas, não olham somente pra sua própria felicidade, espero que esse ano novo tudo poça ser diferente.

    Deus te abençoe *---*

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