segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Notavelmente ..

Se as coisas pudessem ser como a gente quisesse, será que daríamos valor à tudo que temos ou procuraríamos algo a mais?

Todo dia, ficamos imaginando como seria um dia bom, em que a felicidade estaria presente. O que acaba martelando é essa ideia de ter ou não ter algo, até porque isso influencia demais na situação que estamos ou gostaríamos que estivessemos. Insistimos em pensar que pra uns é dado uma vida melhor pra outros, só que eu não consigo ver isso. Algumas pessoas decidem aproveitar ao máximo as oportunidades, escolhem melhor e acabam se sobressaindo em uma determinada coisa. Isso vem da nossa cabeça, em sempre nos minimizar e achar que nem sempre é nos dado tudo que é necessário pra falar "Eu sou feliz".
Há pessoas que tem limitações físicas, estão em uma posição social bem pior, não têm nada: família, lar, amigos, comida, internet .. e nem por isso reclamam, muito pelo contrário, arrumam uma forma de conseguir traçar um caminho pra se chegar aonde quer. Sempre é inovadora a ideia de tentar sentir menor por uma opinião, um ponto de vista alheio. Todos os dias, imaginamos demais; fazemos menos. Quando ocorrer essa inversão, quem sabe, não perceberíamos que todos os dias temos que agradecer pelo o que temos? Agradecer é sempre o principal fator que nos levará a conseguir coisas novas.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Jogo das Causas

Na vida, estamos sempre acostumados a pensar no que vamos enfrentar pela frente. Pensamos em um futuro amor, em futuras pessoas que iremos conhecer e o que iremos fazer amanhã. O pensamento do futuro só acontece porque estamos totalmente preocupados com o que vai acontecer, e nos perdemos em um presente que muitas vezes nem damos tanto valor assim.
É incondicional o  fato de querer o bem, de querer coisas boas à nós mesmos. Muitas vezes, acabamos pensando que a vida é tão complicada que acabamos fazendo da nossa uma complicação ainda maior do que podemos suportar. Se conseguissemos um pouco, parar e pensar na resolução de cada problema, confesso que muitas vezes, deixaríamos de enfrentar situações que nos fazem tão mal e acabam tomando um tempo imenso da gente, tempo que poderíamos ter aproveitado com coisas que nos fizessem bem  e, consequentemente, ficaríamos felizes. Com o passar do tempo, vamos adquirindo maturidade. Uma maturidade que imaginamos ser a melhor do mundo por passar a entender melhor quem somos e o que fazemos de verdade. 
O que mais relacionamos com o que somos é o que fizemos, o nosso passado. Digasse de passagem, que seja um tempo que não tem volta. E realmente, não há como mudá-lo. Pois bem, pensamos tanto porque sofremos, porque estamos aqui, porque gostamos de quem não gosta de nós, porque somos iludidos tantas vezes e até nos perguntamos o porque da vida de algumas pessoas parecerem melhor do que a nossa. Pensamos em tantos porquês, em tantos motivos que esquecemos que a causa da maioria das coisas que acontecem somos nós mesmos. Há uma certa parcela das coisas que são proporcionadas por outras pessoas, contudo, a maioria das coisas que acontecem são culpa nossa. Ligamos pra consequências, nos culpamos de momentos bons mas jogamos a culpa de momentos ruins em outras pessoas que nem sempre têm participação na nossa vida. E porque?
Porque nos parece mais fácil, nos parece certo. Nos relacionamos de certo modo com as pessoas que pensamos que elas sejam o motivo de sofrermos,  chorarmos e ficarmos mal. Mas, nem sempre é assim. Já pensou se o mundo inteiro fosse verdadeiro? Não existisse mentiras? Você iria sofrer do mesmo jeito! Os sentimentos, na maior parte das vezes, são impulsivos e podem mudar conforme outra pessoa aparece na sua vida. O importante mesmo é sempre lembrar: o problema do mundo não são as pessoas, somos nós. A partir de uma mudança nossa podemos cobrar mudanças de outras que estão em situações abaixo de nós. Nos preocupar com o mundo, com a natureza? Sim. Mas, primeiro, nos preocupar conosco. Mudar. Mudanças. É o comum tão clichê que insistimos ainda em não fazer. Causas e consequências; se lembre que a sua vida é você quem faz!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Decepções

Bem, hoje me deparei com a situação de presenciar mais de perto aquela história de que as pessoas são impulsivas e passam a alimentar algo dentro delas -e dentro de você- que, no caso, não é a verdadeira realidade do que estão sentindo. É como se você, do nada, conhece uma pessoa. Acha ela legal, começa conversar demais e quando menos espera, está curtindo ela. Literalmente, parece que tudo vai dar certo e .. pum! Seu chão parece sumir e aquela pessoa que antes era legal, começa a virar uma coisa grudenta, uma pessoa tão chata que você nem quer ter mais do lado. Chega o momento de acabar com qualquer tipo de sentimento e falar que não sente mais nada. "Caracas, como pode ter mudado assim?" E é ai que acontece a tão chamada ilusão.
Ilusão nada mais é do que você pensar que algo, alguém ou alguma coisa é de uma forma e ela não seja tudo aquilo que você esperava. É quanto te alimentam tanto psicologicamente, que deixa de pensar na realidade, nos pensamentos reais e começa a querer tirar os pés do chão pra acreditar em algo que não se tem tanta certeza assim. Palavras, atitudes e até mesmo pensamentos podem ser considerados ilusórios, ainda mais quando fazem outra pessoa sofrer muito.
Todo relacionamento entre duas pessoas é uma caixinha de possibilidades. Hoje você está bem, de bom humor, mó legalzinho, fofinho. Amanhã você vai mal na prova, fica estressado e trata todos e tudo mal como se eles fossem o motivo daquilo ter acontecido. É ai que deixa de se lembrar que pessoas têm sentimentos e mexer com cada um deles requer um certo cuidado, pois tudo o que você fala, por mais que seja simples, passa a ter um valor sentimental na vida das pessoas que você se relaciona e te conhecem de alguma forma. 
Nem todos pensam iguais e, consequentemente, nem todos são iguais na verdade. Você pode se relacionar com uma pessoa extremamente forte, mas que seja fraca em sentimentos: se injeta fácil em um relacionamento; mas, ao mesmo tempo pode conversar com alguém que tem uma certa barreira social que impede e muito o fato dela tentar algo com uma pessoa. Isso não significa que em ambos os casos o resultado de uma ilusão, teoricamente chamada de decepção amorosa, sejam distintos. As palavras são o melhor meio de expressão, tanto pessoalmente quanto por via da escrita. Elas têm muito valor e conseguem muito modificar o dia de uma pessoa.
Por isso, o necessário é acreditar em você mesmo, no que é capaz de verdade. Confiar em outras pessoas pode te fazer sofrer demais, é um risco muito complicado. Porém, ninguém vive só. É um eterno ciclo de decepções que temos que aprender e ser totalmente complexos ao ponto de saber que teremos que aprender com cada uma delas, isso nos fará crescer a causará menos dor. Se todos pensassemos iguais, teríamos os mesmos objetivos e encanaríamos com as mesmas pessoas. Mas, a igualdade não acontece quando se fala de sentimentos, de relacionamentos e de pensamentos e ações  que acontecem  num meio social. Tudo depende tanto do individuo, quanto da situação, é necessário adquirir maturidade pra saber que as pessoas fazem sofrer mesmo, fazem mal; contudo, só por algumas vale mesmo a pena chorar. E é isso!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

A falta que a falta faz ..

Mais uma vez, temos a oportunidade de começar um novo mês. Um novo mês aonde 28 dias podem passar por passar ou podem ser marcados a cada momento. Não marcar cada momento nosso com as pessoas, mas sim, com nós mesmos. Estamos tão acostumados a querer ser amados que qualquer tipo de coisa bonita nos alegra. Sentimos tanto a falta de pessoas que adicionamos, do nada, pessoas que nunca vimos e que trocaremos poucas palavras ao longo do ano. Somos frágeis e não é a mudança de mês que muda isso.
É o que chamamos de carência. Do querer estar perto, de sentir que alguém gosta de nós, mas será que isso é realmente conquistado ou é uma jogada pessoal onde cada característica alimenta ainda mais a situação? Nos sentimos bem com o bonito, mas preferimos O mais lindo. Gostamos de coisas que sejam boas, mas queremos sempre O melhor. E isso tudo é porque sentimos a necessidade das pessoas olharem e nos acharem as melhores pessoas do mundo por ter uma coisa ou não.
Um começo é o fim de algum tipo de situação demarcada por um intervalo de tempo, com tudo é assim. Só mudaremos quando realmente interpretarmos a realidade da forma que ela tem que ser: milhares de pessoas ao seu redor, não significa nada quando não se tem alguém pra sair e compartilhar um segredo, um conselho e até mesmo um medo. Ter o namorado mais lindo hoje não vai te fazer feliz pois semana que vem você vai querer outro. É tudo relativo.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O amor e suas concepções


O amor é um sentimento que faz parte da "felicidade democrática", aquela que é acessível a todos nós. É democrática a felicidade que deriva de nos sentirmos pessoas boas, corajosas, ousadas, etc. A "felicidade aristocrática"deriva de sensações de prazer possíveis apenas para poucos: riqueza material, fama, beleza extraordinária. Felicidade aristocrática tem a ver com a vaidade e é geradora inevitável de violência em virtude da inveja que a grande maioria sentirá da ínfima minoria.

É difícil definir felicidade: podemos, de modo simplificado, dizer que uma pessoa é feliz quando é capaz de usufruir sem grande culpa os momentos de prazer e de aceitar com serenidade as inevitáveis fases de sofrimento. É impossível nos sentirmos felizes o tempo todo, mas os períodos de felicidade correspondem à sensação de que nada nos falta, de que o tempo poderia parar naquele ponto do filme da vida.

Apesar de ser acessível a todos, o fato é que são muito raras as pessoas que são bem sucedidas no amor. Ou seja, devem existir um bom número de requisitos a serem preenchidos para que um bom encontro aconteça. Não tem sentido pensar que a felicidade sentimental se dê por acaso; não é bom subestimar as dificuldades que podemos encontrar para chegar ao que pretendemos; as simplificações fazem parte das estratégias de enganar pessoas crédulas.

O primeiro passo para a felicidade sentimental consiste em aprendermos a ficar razoavelmente bem sozinhos.
Trata-se de um aprendizado e requer treinamento, já que nossa cultura não nos estimula a isso. Temos que nos esforçar muito, já que os primeiros dias de solidão podem ser muito sofridos. Com o passar do tempo aprendemos a nos entreter com nossos pensamentos, com leituras, música, filmes, internet, etc. Aprendemos a nos aproximar de pessoas novas e até mesmo a comer sozinhos. Pessoas capazes de ficar bem consigo mesmas são menos ansiosas e podem esperar com mais sabedoria a chegada de amigos e parceiros sentimentais adequados.

A escolha amorosa adequada se faz quando o outro nos desperta o amor, a amizade e o interesse sexual. A essa condição tenho chamado de +amor, mais do que amor. Amigos são escolhidos de modo sofisticado e de acordo com afinidades de caráter, temperamento, interesses e projetos de vida (falo dos poucos amigos íntimos e não dos inúmeros conhecidos que temos). A escolha amorosa deverá seguir os mesmos critérios, sendo que a escolha depende também de um ingrediente desconhecido e indecifrável - porque escolhemos esse e não aquele parceiro? Não é raro que no início do processo de intimidade a sexualidade não se manifeste em toda sua intensidade. Isso não deve ser motivo de preocupação, já que faz parte dos medos que todos temos quando estamos diante de alguém que nos encanta de modo especial.

O medo relacionado com o encantamento amoroso é que determina o estado que chamamos de paixão: paixão é amor mais medo! Temos medo de perder aquela pessoa tão especial e do sofrimento que, nessa condição, teríamos. Temos medo de nos aproximarmos muito dela e de nos diluirmos e nos perdermos de nós mesmos em virtude de seus encantos. Temos enorme medo da felicidade, já que em todos nós os momentos extraordinários se associam imediatamente à sensação de que alguma tragédia irá nos alcançar - o que, felizmente, corresponde a uma fobia, ou seja, um medo sem fundamento real. As fobias existem em função de condicionamentos passados e devem ser enfrentadas de modo respeitoso mas determinado.

Esse é um exemplo da utilidade prática do conhecimento: ao sabermos que o amor - aquele de boa qualidade, que determina a tendência para a fusão e provoca a enorme sensação de felicidade - sempre vem associado ao medo, não nos sentimos fracos e anormais por sentirmos assim. Ao mesmo tempo, adquirimos os meios para, aos poucos, ir ganhando terreno sobre os medos e agravando a intimidade com aquela pessoa que tanto nos encantou.

Quando o medo se atenua, desaparece a paixão. Isso não deve ser entendido como o enfraquecimento ou o fim do sentimento amoroso pleno. Sobrou "apenas" o amor. O que acaba é o tormento, o "filme de suspense". Fica claro que a coragem é requisito básico para a vitória sobre o medo e a realização do encontro amoroso.O encontro é menos ameaçador quando somos mais independentes e capazes para ficar sozinhos; nossa individualidade mais bem estabelecida nos faz menos disponíveis para a tendência à fusão que é usual no início dos relacionamentos mais intensos. Quando o medo se atenua costuma aumentar o desejo sexual. Se o parceiro escolhido for também um amigo não faltarão ingredientes para a perpetuação do encantamento. Desaparece o medo mas não desaparecerá o encantamento, a menos que a única coisa interessante fosse o "filme de suspense" - e se for esse o caso é melhor que o relacionamento termine aí.  

O medo é sempre presente e se formos mais honestos conosco mesmos saberemos melhor separá-lo de seus disfarces. É porisso que o conhecimento, que determina crescimento e fortalecimento da razão, é tão útil para que possamos avançar até mesmo nas questões emocionais. A coragem é a força racional que pode se opor e vencer o medo. Ela cresce com o saber e as convicções e também com a maturidade emocional que nos faz mais competentes para corrermos riscos e eventualmente tolerarmos alguns fracassos.

A maturidade moral dos que se amam é indispensável para que se estabeleça a mágica da confiança, indispensável para que tenhamos coragem de enfrentar o medo de sermos traídos ou enganados, o que geraria um dos maiores sofrimentos a que nós humanos estamos sujeitos. Não podemos confiar a não ser em pessoas honestas, constantes e consistentes. Assim sendo, este é mais um requisito para que possamos ser felizes no amor. Temos que possuir esta virtude moral e valorizá-la como indispensável no amado. Não há como estabelecermos um elo sólido e verdadeiro com um parceiro não confiável a não ser que queiramos viver sobre uma corda bamba. 

Assim, não existe real antagonismo entre emoções e razão; uma complementa a outra. Reflexões adequadas e consistentes determinam avanços emocionais, que permitem reflexões mais sofisticadas, geradoras de avanços emocionais ainda maiores, e assim por diante. Estabelece-se um círculo virtuoso que deverá criar condições de felicidade sentimental para todos aqueles que seempenharem realmente na rota do crescimento emocional. A felicidade sentimental é a recompensa acessível a todos os que completarem o ciclo mínimo de evolução emocional.