Como tentar
escrever sobre o sentimento que é perder uma coisa que antes estava sempre ao
nosso lado e alguns instantes depois, se perde em meio à tudo? Como falar sobre
a dor, sofrimento e sobre pensamentos nostálgicos que nos fazem sempre lembrar
daquilo que não está mais ao nosso redor e em nossa vida, como antigamente?
Como folhas que caem naturalmente nas árvores em plena primavera, assim são as
coisas que possuímos e as pessoas que estão ao nosso lado. Quando menos
imaginamos, vem o tempo; e muda todas as nossa perspectiva sobre o saber de
alguma coisa. Não somos mais do que grãos de areia em um Universo onde tudo
está disposto a morrer ou ir embora, mais cedo ou mais tarde.
Há um ditado
que fala “Tudo que é bom dura o tempo suficiente para se tornar inesquecível”.
Na verdade, vou contra a isso. Acho que tudo, seja bom ou ruim, dura um tempo
que nos ensina. As coisas boas nos ensinam, marcam pelos momentos maravilhosos
que passamos, pela vontade de parar o tempo em algumas horas e ficar ali,
vivendo e revivendo determinada coisa que é tão boa que parece um sonho. As
vezes, deixamos passar esses momentos rapidamente demais, não damos o valor pra
isso e, querendo ou não, isso têm um fim. Diga-se de passagem, é uma das
questões que mais são importantes na nossa vida. Tudo que é bom têm um fim.
Assim como cada coisa ruim, tudo aquilo que nos traz sofrimento, angústia ou
dor, tem um término também. A vida sempre é uma coisa bem complicada, aonde em
questão de segundos, tudo evolui, tudo pode se transformar do mais lindo
paraíso para chegar até o triste inferno em nossas vidas. É tudo uma questão de
aprendizado. Os momentos servem para nos ensinar e nos lembrar que estamos aqui
para isso mesmo. Errar, reconhecer nossos erros e mudar. Às vezes, de formas
mais felizes, outras nem tanto assim.
Nada que
acontece na nossa vida é por acaso. Nada acontece sem um real motivo, aparente
ou não, entendível ou desconhecido. Perdemos as coisas, as pessoas vão embora,
terminamos um livro, assistimos um filme, recomeçamos a viver, temos novos
relacionamentos e, tudo isso, nos ensina. Tudo que fazemos é capaz de
compreender e mostrar o tamanho do que somos por dentro, mesmo que continuar
seja difícil demais. As ausências se tornam rotinas.. E a vida, sempre
continua.
Mas, o que
falar ao nosso coração quando a perda é inesperada? O que tentar colocar dentro
da gente que o fim chega até mesmo para aquelas coisas que estamos dispostos a
fazer de tudo para não perder? Como lidar com os momentos, as lembranças que
insistem em ficar em diversas horas, nas coisas mais simples, nos momentos mais
importunos, nas coisas mais singelas, na sua rotina? O que falar pro coração
quando a mente não está disposta a tirar algo que tanto te fazia bem, algo que
te fazia, até mesmo, viver?
Se tem uma
coisa que aprendi, é que o tempo pode ser nosso melhor companheiro nisso tudo.
Se colocado da melhor forma, cura as feridas, nos faz ter forças para recomeçar
e cada coisa é colocada em seu lugar. São nos momentos mais difíceis, no
silêncio noturno antes de dormir, entre tantas orações e súplicas a Deus, que
Ele nos coloca o famoso tempo. Nada mais e nada menos do que ele. Com
paciência, tudo se põe no seu lugar, cada coisa passa a ter seu devido valor e
as lembranças apenas servem para nos mostrar os caminhos que temos que seguir.
As pessoas não são eternas, os momentos não são para sempre; nem toda
felicidade, tampouco a tristeza. Ninguém melhor do que a pessoa que sente a dor
pra falar sobre ela. Nunca deixe de ver o tamanho e o valor que os outros têm
na sua vida. Ás vezes, o simples fato de se arrepender não faz outro alguém
voltar para sua vida.. Se um dia algo for tirado de você, não se preocupe. O
que é pra ser seu, jamais deixa de ser.
E assim, a
vida sempre continua..